quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Balanced Scorecard, Dashboards e por aí vai...

Andei pesquisando, até porque utilizo no meu dia a dia e é uma das coisas mais citadas no MBA de Gestão Empresarial , sobre as demandas por Balanced Scorecards, Dashboards e Cockpits. As definições abaixo ajudam muito a diferenciar e direcionar sobre os conceitos de cada um destes assuntos.

É impressionante a confusão que nós, praticantes de tecnologia, conseguimos fazer com esse tema na cabeça dos nossos clientes… A todo momento vejo as pessoas chamando um punhado de gráficos de scorecard, ou um conjunto de 800 indicadores de cockpit executivo. Aqui vão algumas considerações a respeito:

Balanced Scorecard não é uma ferramenta, é uma metodologia de gerenciamento estratégico. A criação de um scorecard é naturalmente um processo top-down, que parte da missão e estratégia da empresa para criar os objetivos estratégicos. Estes objetivos são desdobrados para os níveis inferiores, até chegar aos objetivos individuais. Este processo garante o alinhamento dos objetivos individuais e da execução com a estratégia da empresa. E o scorecard é balanceado pois é incentivado que os indicadores reflitam diferentes perspectivas (indicadores de clientes, processos, recursos humanos e financeiros, por exemplo), e não apenas a visão financeira.

Dashboards são composições gráficas de vários indicadores relacionados, como em um painel de instrumentos de um carro. Os dashboards são úteis para analisar o motivo de um comportamento abaixo do esperado de um indicador específico, principalmente quando existem recursos de aprofundamento (drill-down) e diferentes visualizações.
Soluções baseadas em OLAP fornecem uma análise multidimensional, realizando cálculos complexos, análise de tendências e modelagem de dados. Os resultados de consultas OLAP normalmente são visualizados em matrizes (ou cubos) que podem ser manipulados e cruzados.

Existe alguma sobreposição entre estas abordagens, e quando adotamos uma das abordagens temos a tentação da “síndrome do martelo” (quem tem um martelo acha que tudo é prego). Ou seja, como os conceitos são tão parecidos, é comum encontrarmos uma boa solução de Business Intelligence sendo usada também para gerar um scorecard deficiente.

Outra coisa é a suposição de que temos que automatizar todos os processos, ou primeiro implementar um datawarehouse, antes de se criar um scorecard. Processos deste tipo, bottom-up, geram scorecards descolados da real estratégia da empresa. Nada impede que você comece a montar um scorecard a partir de dados que não estão em nenhum sistema, mas que são intimamente relacionados com a estratégia da empresa.

Uma boa prática seria ter os objetivos estratégicos de alto-nível refletidos em um scorecard, e desdobrados para os objetivos das áreas, até o nível tático e operacional. Os indicadores podem ser relacionados a dashboards, ou a cubos OLAP, que podem ser acionados quando alguém desejar analisar o motivo da baixa performance. Resumindo, um scorecard fornece uma visão estratégica, multifacetada, de médio e longo prazo, enquanto dashboards e cubos fornecem uma visão analítica, de um ponto de vista de um indicador.

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